Bruno Rodrigues da Silva Figueiredo
Bruno Rodrigues da Silva Figueiredo (Mons.) — Nasceu a 6 de Outubro de 1852 em Aracati do consórcio de Camillo Rodrigues da Silva Figueiredo, português da Beira Alta, nascido a 15 de Maio de 1817 e falecido em Aracati a 22 de Maio de 1876, com Dª Francisca Cândida da Silva Figueiredo, nascida em Aracati a 18 de Junho de 1828.
São seus avós, pelo lado paterno, Francisco Rodrigues da Rocha, natural de Ferreiro de Tendaes, Beira Alta e que foi irmão do medico Luiz Rodrigues da Rocha, avô do viajante Serpa Pinto, e Dª Anna da Silva, filha de Manuel da Silva e de Dª Rosa da Silva; pelo lado materno, José Antônio Ferreira Chaves, tabelião por duas vidas, natural de Bezerros em Pernambuco, filho de Antônio José Ferreira, português, e de Dª Joanna Nepomuceno, da família Feitosa, e Dª Francisca Ignacia de Jesus, filha de Cláudio Pereira de Oliveira, da freguezia da União (Curraes) e de Dª Francisca Maria do Espírito Santo.
Cláudio Pereira era filho do português Manoel Marques de Oliveira e de Dª Lusia Pereira da Cunha, natural de União; Dª Francisca Maria do Espírito Santo era filha de Miguel Rodrigues Corrêa, cearense, e de sua mulher Dª Narcisa Ferreira de Mello, natural de Sergipe, freguesia do Pé do Banco.
Manoel Marques de Oliveira era filho de João Marques de Oliveira e de Dª Maria de Oliveira, ambos da freguesia de S. Martinho do Douro, Portugal; Dª Lusia Pereira era filha de Francisco Pereira da Cunha, pernambucano, e de Dª Ignacia Rodrigues, natural do Apodi.
Miguel Rodrigues Corrêa era filho de Antônio de Barros Martins e de Dª Leonarda de Sá de Vasconcellos, pernambucana; Dª Narcisa Ferreira de Mello procedia de Daniel dos Santos Cardoso e de Dª Margarida de Góes de Mendonça, de Sergipe.
Bruno Figueiredo começou os estudos na terra do berço e concluiu-os no Seminário de Fortaleza recebendo as últimas ordens das mãos do bispo D. Luiz Antônio dos Santos a 30 de Novembro de 1875.
Ainda aluno, ensinou no Seminário o 2º ano de preparatórios, e depois de ordenado ensinou o 4º ano até Junho de 1878, quando passou a dirigir o Atheneu Cearense; abriu o Instituto de Humanidades com Mons. Cruz Saldanha e dirigiu-o até 1884; foi professor interino de filosofia no Liceu do Ceará havendo merecido no concurso a mesma nota do seu competidor Joaquim Catunda, que nela foi provido efetivamente.
Transportando-se a Manaus, tirou em concurso a cadeira de Latim do Liceu e foi professor no Seminário, Externato de S, José e Colégio de Santa Theresa.
No Maranhão, onde esteve a passeio, foi professor interino de Latim no Liceu e lecionou liturgia no Seminário e outras disciplinas no Externato de Santo Antônio.
De volta ao Ceará, foi nomeado professor interino de Aritmética na Escola Normal.
Foi vigário de Soure e Maranguape e nessa última cidade fundou a Associação das Senhoras de Caridade, que tantos benefícios tem prestado à causa dos pobres.
Deixando a vida paroquial, teve a nomeação de professor interino e depois efetivo da cadeira de Latim do Liceu do Estado na qual foi aposentado em 1908.
Colaborou no Libertador, Commercio do Amazonas e Verdade, sendo realmente de grande valor os serviços que à causa dos escravos prestou no primeiro jornal citado.
Há dele uma tradução em hexâmetros latinos do Episódio de Ignez de Castro dos Lusíadas e outras composições em latim. Tem pronta para o prelo uma gramática latina de acordo com os novos programas do ensino.
Mons. Bruno Figueiredo recusou a mitra do Amazonas; é cônego honorário da Sé do Pará e sócio benemérito e presidente da Sociedade União do Clero, fundada em Fortaleza a 30 de Março de 1884; governou o Bispado do Ceará na ausência do Sr. D. Joaquim José Vieira por motivo do Concilio Latino-Americano celebrado em Roma e é hoje seu vigário-geral, havendo sido nomeado pelo Papa Leão XIII a 3 de Agosto de 1900 Protonotário Apostólico ad instar. É igualmente examinador sinodal do Bispado por eleição no Sínodo Diocesano a 1 de fevereiro de 1888.
Publicou:
— Oração fúnebre proferida nas exéquias do Sumo Pontífice Leão XIII, Fortaleza, 43 Typ. Econômica, Praça do Ferreira, 1903, in 8.” de 16 p p.
—Os dois primeiros bispos do Ceará, publicado no Livro do Tricentenário, 1903.
—Sermão sobre a Imaculada Conceição pronunciado a 8 de dezembro de 1903 na Igreja da Prainha Fortaleza, Typ. Minerva, de Assis Bezerra, 1904.
—Os primeiros Bispos do Ceará. Esse trabalho, que está assinado apenas com suas iniciais, foi distribuído por ocasião do 25º aniversário da Sagração Episcopal de D. Joaquim José Vieira a 9 de dezembro de 1908.
Fonte: DICIONÁRIO BIO-BIBLIOGRÁFICO CEARENSE (VOLUME PRIMEIRO) ABEL- JOÃO . Dr. Guilherme Studart (Barão de Studart) p. 181-183.
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