Célia Bernardo

Célia Bernardo

Célia Maria Bernardo Carvalho nasceu em Pedra Redonda, no município de Aracati, no dia 19 de fevereiro. Filha de José Bernardo de Souza e Izabel Maria de Santana Souza, passou sua infância e adolescência nessa localidade, junto aos pais e seus dez irmãos. Foi ali que iniciou seus estudos na Escola Isolada Nossa Senhora das Graças, sob a orientação da querida professora Maria Laura Rocha. Desde cedo, Célia se destacou por sua habilidade em oratória, ganhando notoriedade na comunidade em diversos eventos organizados pela professora, onde ela cantava e declamava em público sem qualquer inibição.

A presença da Irmã Ana Maria na localidade, desenvolvendo atividades com mães, crianças e adolescentes, estreitou uma amizade com Izabel, mãe de Célia. Dessa amizade surgiu a oportunidade de Célia estudar no Colégio das Freiras, em Aracati, onde morou como aluna interna, dividindo-se entre estudos e atividades como limpeza, cozinha e cuidado com hóspedes do colégio. Célia cursou do Exame de Admissão até o terceiro ano do antigo segundo grau. Após concluir a oitava série, ela foi admitida como funcionária do colégio e começou a trabalhar na secretaria.

Aprovada no vestibular para Letras e Artes na cidade de Mossoró, Célia completou o curso em quatro anos. No segundo ano da graduação, começou a lecionar Língua Portuguesa na 5ª série, onde logo demonstrou carisma para a docência. Ao concluir a graduação, assumiu outras turmas, sempre com esmero, disciplina e responsabilidade. Durante esse período, além de lecionar no Instituto São José, foi também contratada pelo Colégio Marista para ensinar Educação Religiosa e Língua Portuguesa. Em 1986, casou-se com Miguel Carvalho Júnior, com quem tem três filhos: Miguel Neto, Letícia e Isac.

Célia especializou-se em Planejamento Educacional pela Universidade Salgado de Oliveira, no Rio de Janeiro, e continuou agregando conhecimentos ao seu currículo. Isso lhe rendeu um novo contrato no Colégio Salesiano. Em 1987, foi aprovada em concurso público e tornou-se professora efetiva do estado, lecionando na Escola Estadual Beni Carvalho. Seu amor pelas letras e sua dedicação ao estudo fizeram dela uma excelente professora de português, atuando em cursinhos pré-vestibulares por mais de 10 anos.

Em 2000, foi contratada pela Faculdade do Vale do Jaguaribe para lecionar nos cursos de Letras e Turismo, onde permaneceu até 2005. Em setembro de 2003, assumiu a Secretaria de Educação de Aracati, cargo que ocupou até 19 de maio de 2007, atuando em duas gestões. Em 2009, mudou-se para Fortaleza por circunstâncias familiares, e sua experiência em gestão pública a levou a assumir o cargo de Secretária de Educação em Santa Quitéria (2009 a 2011) e, posteriormente, em Itapajé, em maio de 2013, onde permanece até hoje.

Além de educadora, Célia se destaca como poetisa, escritora e compositora. Entre suas composições estão o hino da Escola Antonieta Cals, em Majorlândia; o hino da Escola Pompeu Costa Lima; o hino do cinquentenário do Colégio Marista de Aracati; e o hino do centenário da chegada da imagem de Nossa Senhora Auxiliadora em Aracati, além de hinos para a Arquidiocese de João Pessoa. Sua obra lhe rendeu participações em dois certames nacionais de música sacra, onde obteve o quarto lugar em São Paulo e o segundo em Curitiba.

Atualmente, Célia é membro da Academia Aracatiense de Letras (AAL) e, mesmo residindo fora de Aracati, sua ligação com a cidade permanece forte. Frequentemente visita sua terra natal, onde é muito querida e respeitada. Sua trajetória na educação é fruto de um compromisso profundo, inspirado pelo que as Irmãs de Caridade, especialmente Irmã Ana Maria Meireles, fizeram por ela. Hoje, Célia é uma mulher forte de espírito, firme na fé e educadora por vocação, sendo uma referência não apenas em Aracati, mas em todas as cidades por onde passou.

A professora Célia Bernardo é muito grata às Irmãs de Caridade, às instituições onde lecionou e, sobretudo, aos seus eternos alunos, que são o principal motivo de sua dedicação e sucesso na arte de ensinar e escrever. Ela se define na citação: “Contaram-me e eu esqueci. Vi e entendi. Fiz e aprendi.”

Fonte: Bons Ventos Literários

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