Domingos José Nogueira Jaguaribe
Domingos José Nogueira Jaguaribe (Visconde de Jaguaribe)—Nasceu na cidade do Aracati a 14 de setembro de 1820, sendo seus genitores o Capitão João Nogueira dos Santos e Dª Joanna Maria da Conceição.
Matriculou-se na Academia de Olinda em 1841, e no seu 2º ano já tomava assento, como suplente de deputado, na Assembléia Provincial do Ceará.
Em 1845 tomou o grau de Bacharel em Direito, sendo nomeado Promotor Público de Sobral, e depois da comarca da Fortaleza, Capital da Província.
No biênio de 1850 a 1851 foi eleito deputado provincial, e na 1ª sessão eleito presidente da Assembléia, redigindo ao mesmo tempo o Pedro II, órgão do partido conservador, em cujas fileiras militou.
Para a legislatura de 1853 a 1856 foi eleito deputado geral, e na 1ª sessão da Câmara eleito 2º secretário. Nessa legislatura distinguiu-se na tribuna, proferindo um discurso sobre a instrução, que mereceu do Visconde de Castilho muitos elogios em carta que foi publicada no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro e transcrita no Pedro II.
Foi eleito ainda na seguinte legislatura de 1857 a 1860 pelo 4º distrito com sede em Baturité e também na de 1861 a 1864 pelo 2º distrito com sede em Sobral.
Na legislatura de 1864 a 1866, já no domínio liberal, conseguiu no 2º ano ser eleito pelo 1º distrito em substituição ao deputado Dr. Frederico Augusto Pamplona, que falecera.
Subindo os conservadores ao poder em 1867, Jaguaribe, que se achava a esse tempo fora do país, em uma comissão patriótica, no Paraguai, foi eleito deputado geral pelo 1º distrito da sua Província, sendo seu nome incluído em lista sêxtupla senatorial, e escolhido senador do Império no ano seguinte.
Fez parte do glorioso ministério de 7 de março de 1871, presidido pelo Visconde do Rio Branco, com a pasta da guerra, sendo agraciado, após a libertação dos escravos no Brasil, com o título de Visconde de Jaguaribe com grandeza.
Na magistratura, foi Juiz de Direito das comarcas de Inhamuns, do Crato e de Sobral, em que se aposentou para desincompatibilisar-se para a eleição de deputados gerais; mas em 1872 foi reintegrado na magistratura sendo nomeado juiz dos Feitos da Corte, lugar que exerceu até a proclamação da República, quando foi nomeado Desembargador da Relação do Recife, donde pouco depois foi removido para, a da Capital Federal.
Na Capital do Ceará fundou em 1862 o jornal Constituição, órgão do partido conservador, e ocupou o lugar de lente de Retórica do Liceu, no qual se aposentou em 1874. Foi também Diretor do Liceu e Inspetor geral da instrução pública.
De volta de sua visita e despedida aos patrícios e amigos no Ceará, faleceu repentinamente na Capital Federal a 5 de junho de 1890 e sepultou-se no Cemitério de S. Francisco Xavier, com 69 anos de idade.
Publicou:
—Discurso proferido na sessão 1º de março de 1877 a propósito da eleição senatorial do Rio Grande do Norte.
—Discurso pronunciado no Senado na sessão de 15 de junho de 1880 sobre limites entre as províncias do Ceará e do Piauí, impresso na Typ. Nacional, Rio de Janeiro, 1880, in 8º peq., de 78 pp.
—Discurso pronunciado no Senado na sessão de 23 de agosto de 1880 sobre o Orçamento do ministério do Império, Rio de Janeiro, Typ. Nacional, 1880, i n 8º de 96 pp.
—Exposição que faz o Senador Domingos José Nogueira Jaguaribe, Presidente da Comissão Central Cearense, acerca da Subscrição promovida nesta Corte e Províncias vizinhas em favor dos infelizes flagelados pela seca do Ceará. À essa exposição vem juntos como apêndice Artigos escritos pelo Dr. Liberato de Castro Carreira sobre a Seca do Ceará e publicados no Jornal do Commercio (1877-78).
— Brasil antigo Atlantide e Antiguidades Americanas, 1910, Casa Garraux, S. Paulo.
— Discursos lidos pelo Dr. Domingos Jaguaribe, Presidente do 2º Congresso de Geografia, por ocasião da abertura e do encerramento do mesmo, 1910, Casa Garraux, S. Paulo.Fonte: DICIONÁRIO BIO-BIBLIOGRÁFICO CEARENSE (VOLUME PRIMEIRO) ABEL- JOÃO . Dr. Guilherme Studart (Barão de Studart) p. 219-221.
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