Equilíbrio do ecossistema depende da preservação
A Área de Proteção Ambiental (APA) de Canoa Quebrada foi oficialmente criada em 1998 para regular a exploração e ocupação da região. A extensão da APA cobre, em média, 4.000 hectares. Dentro da APA de Canoa, está em processo a legalização da Área de Relevante Interesse Ecológico (Árie) na comunidade dos Estevão. Uma Árie não só indica o cuidado com o meio ambiente, mas também a preservação da unidade social da comunidade.
Uma atenção especial deve ser direcionada às dunas e falésias da região, pois são fundamentais para o equilíbrio desse ecossistema. A ideia da comunidade de estabelecer uma Árie visa proteger ainda mais o local. No entanto, para que uma área seja considerada uma Árie, é necessário que esteja em conformidade com a legislação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, conforme explica Sônia Sousa, gerente do Núcleo de Planejamento e Fomento da Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace), responsável pelas áreas protegidas no Ceará.
A APA de Canoa Quebrada é de competência municipal, mas há atuação da Semace na região, segundo Sônia. Antes de qualquer construção no local, é necessário obter autorização ou licença ambiental. Na semana passada, Sônia informou que houve uma reunião do conselho gestor (composto por representantes governamentais e da sociedade civil) para analisar a instrução normativa da APA. Durante a reunião, a comunidade também discutiu o problema do trânsito de buggies na vila dos Estevão.
Há uma preocupação intensa com a preservação dessa região, segundo a secretária de Turismo, Cultura e Meio Ambiente de Aracati, Waldelanda Ramos de Sousa. “Canoa Quebrada está localizada em uma Área de Proteção Ambiental, e existe um trecho ainda mais frágil na aldeia dos Estevão, na Árie”, ressaltou Waldelanda.
A secretária informou que já foram estabelecidas trilhas para os buggies que transportam turistas, mas alguns desobedecem e atravessam a comunidade. “Como as dunas são móveis, acabam jogando areia nas casas das pessoas, o que preocupa a comunidade”, afirmou.
Waldelanda também mencionou um problema relacionado ao estacionamento em Canoa Quebrada. “Estamos enfrentando um volume tão intenso de visitas que os estacionamentos regulares não conseguem atender à demanda”, completou. Alguns visitantes acabam estacionando em falésias, o que não é permitido. Segundo a secretária, há um projeto para a criação de um novo estacionamento na região para solucionar esse problema. “A partir da borda da falésia em direção ao interior, devem ser respeitados 100 metros.”
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