João Aureliano Correia dos Santos

João Aureliano Correia dos Santos

Filho do fazendeiro Tenente-Coronel José Correia dos Santos, um sobrinho de Joaquim Emílio Ayres, de Alagoas, redator do Clarim da Liberdade, e de Dª Thereza de Jesus Correia dos Santos, falecida em Petrópolis a 5 de julho de 1907, das famílias Caminha e Castro, nasceu em Aracati a 6 de maio de 1850.
Entrando no Seminário de Fortaleza, aí recebeu o presbiterato a 30 de novembro de 1873 e foi mandado paroquiar as freguesias da Cachoeira, Aracati e Jaguaribe-mirim.
Embarcou para o Rio de Janeiro em 1877 fixando residência em S. Domingos de Nitéroi, em companhia de seu tio e cunhado, Dr. Antônio Ferreira dos Santos Caminha, então deputado geral pela Província do Ceará.
Em 1883 foi nomeado Vigário da freguesia de S. João Batista de Niterói, tendo merecido anos antes, por Carta Imperial de 15 de março de 1879, as honras de Cônego da Capela Imperial, confirmadas pelo Bispo D. Pedro de Lacerda.
Em nome do Bispo D. Francisco do Rego Maia e como seu procurador presidiu á instalação e tomou posse da diocese a 25 de fevereiro de 1894, a 27 de julho de 1896 foi nomeado governador do Bispado durante a ausência do referido Bispo em viagem ad limina apostolorum, fato que se reproduziu a 28 de abril de 1899 por ocasião do Concílio Latino Americano, em Roma. Tais foram seus serviços que o Bispo Rego Maia para ele obteve as honras de Prelado Doméstico de S. Santidade o Papa Leão XIII, podendo usar as insígnias prelatícias na mesma Cúria Romana, e tendo a faculdade de possuir capela no lugar de sua residência.
Monsenhor João Aureliano foi um dos fundadores do Colégio das Doroteias em Niterói.
Sem ser político, o 4º Distrito do Estado do Rio fe-lo seu representante no Congresso Nacional, sendo eleito a 31 de dezembro de 1859 e reconhecido a 20 de junho de 1900.
Em maio de 1900 foi de novo convidado para dirigir o Bispado de Petrópolis pelo Bispo Diocesano, por ocasião de sua ida ao Congresso Católico da Bahia e à peregrinação à Roma e outros logares, mas tendo de tomar parte na Câmar dos Deputados, não aceitou o convite, consentindo, porém, em ficar como segundo governador do Bispado.
A Rua do Ouvidor, Rio, nº de 3 de fevereiro de 1900 estampou seu retrato e sua biografia.
Faleceu na Capital Federal, vitimado por um cancro do estômago a 31 de julho de 1904, depois de uma viagem empreendida à Europa em busca de melhoras.
Publicou:
—Discursos proferidos pelo Monsenhor João Aureliano Correia dos Santos Deputado Federal pelo Estado do Rio de Janeiro nas sessões de 18 de agosto e 16 de novembro de 1900, Rio de Janeiro, Tip. Guimarães, rua Teófilo Ottoni nº 143, in 8º de 24 pp.
Dª Tereza de Jesus Correia dos Santos era filha de Antônio Ferreira dos Santos Caminha e de Dª Maria Joana Balbina, ele filho de Alexandre Ferreira dos Santos e de Dª Ignacia de Alencastro, e ela filha de João de Castro Silva, que foi Capitão-mor de Aracati, nascido a 14 de maio de 1751 e falecido em 1815.
Alexandre Ferreira dos Santos era filho de Alexandre Barbosa Caminha e de Dª Quiteria Ferreira de S. Eulália.
Alexandre B. Caminha era filho de Cosme Gonçalves.
O nome Caminha lhes veio da localidade desse nome em Portugal.
De Dª Ignacia foram pais Vitorino Gomes Barbosa e Dª Antonia de Alencastro, e de Dª Quitéria, João Ferreira dos Santos, de Marvão em Piauí, e Dª Leonor de tal.

Fonte: DICIONÁRIO BIO-BIBLIOGRÁFICO CEARENSE (VOLUME PRIMEIRO) ABEL- JOÃO . Dr. Guilherme Studart (Barão de Studart) p. 408-410.

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