Outros grupos sociais na construção da vila

Outros grupos sociais na construção da vila

Além dos agentes econômicos e religiosos, outros grupos sociais também contribuíram para a construção e organização da vila de Aracati durante o período colonial. Entre esses grupos estavam os artesãos, trabalhadores urbanos, escravos e pequenos comerciantes, que desempenhavam papéis fundamentais na economia e na vida social da cidade. Embora muitas vezes marginalizados nos relatos históricos, esses grupos foram essenciais para a sustentação da vida cotidiana e para o desenvolvimento da infraestrutura urbana de Aracati.

Os artesãos, por exemplo, eram responsáveis por produzir bens essenciais para a comunidade, como móveis, utensílios domésticos, ferramentas agrícolas, e outros produtos que sustentavam a economia local. Suas oficinas eram geralmente pequenas e distribuídas por diversas partes da vila, contribuindo para a diversidade econômica e para a dinâmica social da cidade. Além disso, muitos desses artesãos faziam parte de confrarias ou associações que lhes davam suporte econômico e social, reforçando a coesão dentro da comunidade.

Os trabalhadores urbanos, incluindo tanto os livres quanto os escravizados, desempenhavam papéis vitais na construção da cidade. Eles eram responsáveis pela edificação de casas, igrejas, e outras infraestruturas que compunham a paisagem urbana de Aracati. Os escravos, em particular, representavam uma força de trabalho indispensável, sendo usados em praticamente todas as áreas da economia, desde o trabalho pesado nas fazendas e charqueadas até as tarefas domésticas e a construção civil. A presença significativa de trabalhadores escravizados moldou não apenas a economia, mas também as relações sociais e raciais dentro da cidade.

Por fim, os pequenos comerciantes e ambulantes completavam a teia econômica de Aracati. Eles movimentavam a economia local ao comercializar produtos que vinham tanto da produção local quanto de outras regiões. Suas lojas e barracas, frequentemente situadas em áreas centrais ou em mercados, eram pontos de encontro e interação social, contribuindo para a vida vibrante da vila. Esses comerciantes, embora muitas vezes não pertencentes às elites, desempenhavam um papel crucial na manutenção do fluxo de mercadorias e na sustentação da vida econômica e social da cidade.

Maria Edivani Silva Barbosa – Aracati (CE) no período colonial: espaço e memória. 2004

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