Confederação do Equador em Aracati
Durante a “Confederação do Equador” a vila foi atacada e tomada pelas tropas rebeldes, chefiadas por Tristão Gonçalves de Alencar Araripe (1824). Ao dar entrada na cidade, as tropas rebeldes encontravam-na vazia: a população fugira rumo a Mossoró, no Rio Grande do Norte. No dia anterior – 17 de outubro – os imperialistas que pelejavam por Aracati, fiéis à Constituição outorgada pelo Imperador, defenderam bravamente a vila, resistindo à tropa de Tristão e ao bombardeio impiedoso da artilharia dos republicanos, que dominavam a margem esquerda do Jaguaribe. Durante a noite, utilizando-se de embarcações roubadas, os “confederados” transpuseram o rio e, ao amanhecer, em meio a balbúrdia, sem quase resistência, submeteram o que restava à nova ordem. O sargento-mor Luís Rodrigues Chaves, “sem tropas regular, faltando munição de guerra, abandona a vila e com todo o povo retira-se para Mossoró a pedir socorro à província limítrofe”.
Escreve Alberto Gurgel Costa Lima que “os revolucionários aquartelados em Aracati, e até então entregues aos prazeres deleitosos de uma vitória fácil, sentiram que o calendário da vida da visionária República tinha chegado à sua última folha”. É que Tristão tivera notícia do Bloqueio de Fortaleza pela esquadra Imperial de Lord Cocharne, e em consequência decidira, com sua oficialidade reunida “no prédio n.’ 81, da antiga Rua do Comércio, e que servia de palácio provisório à Presidência da República do Equador e de quartel às forças revolucionárias”, marchar com seu exército para o interior, a fim de estabelecer junção com José Pereira Filgueiras. Assim abandonaram o Aracati a 23 de outubro, levando o produto do saque que fizeram, entre carros, animais, dinheiro e mantimentos. Restabelecida a ordem, as famílias retornaram aos seus lares, encontrando a vila arruinada.
Em 1829, em vista do desenvolvimento da vila, foi apresentada na Assembleia Geral do Ceará um projeto de lei pelo qual se transferia a sede do Governo da Capitania para a vila de Aracati. Em 10 de dezembro de 1831, surgiu em Aracati o primeiro número de “O Clarim de Liberdade”.
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