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Elevação a Vila

Elevação a Vila

A elevação de povoado a Vila se deu pela resolução de 11 de abril de 1747, pelo Alvará de João V, e por existir no local uma cruz foi chamada de Vila de Santa Cruz do Porto dos Barcos do Jaguaribe, sendo inaugurada em 10 de fevereiro de 1748 pelo Ouvidor Manoel José de Faria que no dia 24 mandou erigir o pelourinho, e a 3 de março empossou a Câmara, composta do coronel Domingos Tavares da Fonseca, Manuel Moreira de Souza, José Batista de Freitas, José Pimenta de Aguiar e João da Silva Costa, o meirinho-geral Luís da Costa Faleiro e o escrivão Adriano Coelho de Araújo.

A insatisfação gerada na instauração da vila, foi em relação a sua demarcação territorial, as terras nas quais se instalou a vila tinham a dimensão de meia légua quadrada, os aracatienses desgostosos, afirmavam nas ruas: “a criação ficara incompleta e a vila informe como cabeça sem corpo”.

Em 1779, a vila era dos mais importantes centros comerciais do Ceará Grande, realizando-se todas as transações com a Bahia e Pernambuco, por intermédio de sua praça. Escreve João Brigido que “os sertanejos vendiam ali os seus gados e se proviam de fazendas e artigos importados exclusivamente de Portugal”. Esse predomínio sobre os demais núcleos populacionais então existentes no Ceará dava ânimo a que se reivindicasse a retificação daquela área. Era a vila sede de curato, desmembrado da freguesia de Russas, desde 20 de julho de 1780, e contava cerca de duas mil pessoas, cinco ruas com algumas casas de sobrado e mais de setenta lojas de mercadorias.

Em 1793 D. Maria (a Louca) atendeu a representação dos aracatienses encaminhada pelo Ouvidor-Geral do Ceará, Dr. Manuel Magalhães Pinto e Avelar ratificando parecer de D. Tomaz José de Melo, de 17 de maio do mesmo ano, no qual era proposto “o terreno que vai desde a banda oriental do rio Jaguaribe até Mossoró, extrema da Capitania do Ceará, e desde o litoral até Passagem das Pedras, incluindo o Giqui e a Caatinga do Góes”. Posteriormente, a banda ocidental do Jaguaribe, por Decreto imperial de 16 de fevereiro de 1820, passou ao domínio da vila de Aracati, em virtude de solicitação dos oficiais da Câmara que alegavam ter ficado a vila “privada das abundantes e férteis fazendas de mantimentos e algodões, situadas na parte ocidental, com cujos lavradores tendo a mais íntima comunicação de comércio, quando acontece faltarem a estes a boa fé dos seus contratos, experimentam os negociantes a dura necessidade, ou de desampararem os seus interesses ou de recorrerem a vila do Aquiraz na distância de 20 léguas para intentarem as suas ações, sustentarem os seus direitos com gravíssimo incômodo e dispêndio”.

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