Os problemas climáticos
Os problemas climáticos, apesar de não muito freqüentes até a primeira metade do século XVIII, existiram e foram superados. Porém, as secas de 1777-1778 e 1790-1793 foram responsáveis pelos primeiros impasses desenvolvimentistas do criatório do Ceará e pela falência das charqueadas. Com a “seca dos três setes”, como foi conhecida a maior delas, o Ceará não apenas perdeu parte do rebanho, como ganhou um competidor no comércio da carne seca: o Rio Grande do Sul.
O declínio das charqueadas e da criação de gado deu lugar a uma outra atividade econômica: a plantação do algodão. Com o algodão, rompeu-se o exclusivismo pastoril no Ceará. Posteriormente, este produto assumiu o papel de destaque na economia cearense, surgindo a importância de Fortaleza como centro coletor e exportador. O advento da ferrovia e a abertura de rodovias reforçaram o papel polarizador de Fortaleza, restando às cidades do interior a função de centros de redistribuição de produtos industrializados produzidos ou adquiridos em Fortaleza e de centros coletores da pequena produção das fazendas interioranas.
A maioria dessas áreas de produção elegeu a Capital como centro de remessa de algodão, em detrimento do porto de Aracati, a montante da foz do Jaguaribe, de acesso menos fácil aos barcos de maior tonelagem. Com o emprego de navios a vapor, após 1860, o porto do Aracati tornou-se inviável mesmo no Fortim, o que, juntamente com os outros fatores, conduziu a cidade à estagnação.
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