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Rio Jaguaribe

Rio Jaguaribe

O Rio Jaguaribe é um rio brasileiro que banha os estados do Ceará e de Pernambuco. No rio Jaguaribe foram construídos dois grandes açudes: o Orós e O Castanhão. A bacia hidrográfica do rio Jaguaribe está situada em sua quase totalidade dentro dos limites do estado do Ceará, com ínfima parcela estendendo-se ao sul para o estado de Pernambuco, ocupando parte dos municípios de Exu, Moreilândia e Serrita. Ocupa cerca de 51,9% da área total do estado, balizando-se entre as coordenadas de 4°30’ e 7º45’ de latitude sul e 37°30’ e 41°00’ de longitude oeste. A área total da bacia é de aproximadamente 75.669 km² e as cabeceiras de suas sub-bacias servem de limite entre o Ceará e os estados do Piauí, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Sendo o maior curso de água do território cearence (610 km de extensão) e com uma bacia hidrográfica de 80.000 km² (fonte historiador Pompeu Sobrinho), o rio Jaguaribe como todo curso de água cearense, sofre influência das precipitações pluviométricas, sendo suas descargas máximas observadas na época das chuvas (janeiro a julho), bem como das marés as quais impedem que o mesmo sofra uma interrupção no seu curso inferior durante a época da seca (agosto a dezembro) com pequenas variações, para uma área onde as pluviosidades máximas e mínimas anuais estão entre 1.270 mm e 470 mm. Apresenta em sua embocadura uma zona estuarina bastante grande, com diversas ilhas e canais sinuosos (camboas), podendo o canal principal atingir 900m de largura (segundo Quayle), além de possuir uma área de mangue com 11,8 km², que começa a 18 km da foz (segundo Aguiar) e cuja penetração das águas do mar se faz sentir até 30 km de distancia da foz.

A região de maior destaque e importância climática na bacia do Jaguaribe é o front da Chapada do Araripe, onde ocorre o clima úmido, não podendo deixar de citar também a Serra do Pereiro. O clima úmido é dominante na região de Caririaçu, onde observa-se um índice de pluviosidade em torno de 1.200 mm anuais, eficiência hídrica de 320 mm, com cinco meses de déficit hídrico, excedente hídrico de 400 mm anuais, com três meses de excedente hídrico. A temperatura média anual é de 23ºC.

As formas de relevo mais comuns na área são os dissecados com diversos níveis de aprofundamento, predominando aqueles com topos convexizados a aguçados e com encostas retilíneas a convexas, além de cristas de grandes dimensões, que normalmente balizam os dissecados. Este conjunto, de uma maneira geral, obedece a orientação estrutural SO-NE, sendo isto mais notável no Planalto Sertanejo.

Áreas planas ocorrem em toda a bacia, porém isoladas entre si, como a Chapada do Araripe, a Planície do Jaguaribe, os Tabuleiros do Baixo Jaguaribe, os Tabuleiros Costeiros, a Depressão de Iguatu e a Chapada do Apodi. Não constituem grandes extensões, mas são extremamente importantes do ponto de vista econômico.

Conjuntos de serras com níveis altimétricos de até 1.000 m em alguns casos acham-se concentrados na Serra do Pereiro, nas Serras Residuais, ou em blocos mais elevados e destacados, como no Planalto Sertanejo.

Estes relevos se desenvolvem sobre litologias predominantemente précambrianas, destacando-se os migmatitos, gnaisses, xistos, filitos, serpentinitos, anfibolitos, além de granitos, dioritos, granodioritos e outros, pertencentes aos Complexos Nordestinos, Trindade, Itatira e ao Grupo Ceará. Secundariamente destacam-se os depósitos sedimentares do Grupo Araripe, Apodi e rio do Peixe, com arenitos, calcários, folhelhos, argilitos e coberturas tércio-quaternárias do Grupo Barreiras, além de aluviões e depósitos dunares.

Os solos são geralmente pouco profundos, pedregosos, com fertilidade média a alta. As principais ocorrências são de Podzólicos Vermelho-Amarelos eutróficos, Solos Litólicos eutróficos, Planossolos Solódicos e Bruno Não Cálcicos.

A bacia do Jaguaribe possui baixa perspectiva em reserva de águas subterrâneas, pois a quase totalidade de sua área situa-se em rochas cristalinas de baixo potencial hídrico. A exceção são os aqüíferos da Chapada do Araripe, que formam sistemas livres, com potencial relativamente alto. A rede de drenagem possui um nítido controle estrutural, com cursos retilinizados, mudanças de cursos marcantes, devido à influência de fraturamentos e falhamentos.

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